Charles Spurgeon Salmos 10 [esboços e sermões]



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TÍTULO
Visto que este salmo não tem título próprio, alguns supõem que seja um fragmento do salmo 9. Nós preferimos, no entanto, visto que é completo em si, considerá-lo uma composição separada. Já tivemos exemplos de salmos que parecem feitos para formar um par (salmos 1 e 2, salmos 3 e 4) e este, com o nono, é outro exemplar do salmo duplo.

O tema predominante parece ser a opressão e perseguição dos maus, portanto, para nosso próprio governo, nós o intitularemos, O GRITO DOS OPRIMIDOS.


DIVISÃO
O primeiro versículo, numa exclamação de surpresa, explica o objetivo do salmo, ou seja, invocar a interposição de Deus para o livramento de seu pobre povo perseguido. Do versículo 2 ao 11, o caráter do opressor é descrito em linguagem forte. No versículo 12, o clamor do primeiro versículo explode novamente, mas com expressão mais clara. Em seguida (versículos 13-15), o olho de Deus é visto claramente como observador de todos os atos cruéis dos maus; e, em conseqüência da onisciência divina, o julgamento final dos oprimidos é aguardado com regozijo (versículos 16-18). Para a Igreja de Deus durante tempos de perseguição, e para santos individuais que estão sofrendo sob a mão do pecador soberbo, este salmo oferece linguagem adequada tanto para a oração de súplica como para a de louvor.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A resposta a essas perguntas fornece um tema nobre para um sermão experimental. A pergunta não deve ser respondida da mesma maneira em todos os casos. Pecado no passado, provações de graças, fortalecimento da fé, descoberta de depravação, instrução são razões várias para o ocultar da face do Pai.

VERS. 2. Perseguição religiosa em todas as suas fases baseada em orgulho.

VERS. 3. A aversão de Deus à cobiça; mostre a justiça disso.

VERS. 4. O orgulho é a barreira no caminho da conversão.
VERS. 4 (última cláusula). Pensamentos em que Deus não está, oprimidos e condenados.

VERS. 5. "Os seus caminhos estão tão acima da compreensão dele [do ímpio]". A falta de capacidade moral dos homens para apreciarem o caráter e as ações de Deus.

VERS. 6. A vã confiança dos pecadores.

VERS. 9. A ferocidade, astúcia, força e atividade de Satanás.
VERS. 9 (última cláusula). O pescador satânico, sua arte, sua diligência, seu sucesso.

VERS. 10. A humildade astuta desmascarada.

VERS. 11. A divina onisciência e a presunção espantosa de pecadores.

VERS. 12. "Levanta-te, Senhor." Uma oração necessária, admissível, propícia.

VERS. 13 (primeira cláusula). Um fato surpreendente e uma pergunta razoável.
VERS. 13. Futura retribuição: dúvidas a respeito.
1. Por quem é a idéia nutrida: "os ímpios".
2. Onde é nutrida: "em seu coração".
3. Com que objetivo: sossegar a consciência.
4. Com que tendência prática: "menosprezar a Deus". Quem não crê no inferno, não confia no céu.

VERS. 13, 14. Governo divino no mundo.
1. Quem duvida dele? E por quê?
2. Quem crê nele? E o que esta fé lhes provoca?
VERS. 14 (última cláusula). Um pedido pelos órfãos.

VERS. 16. A realeza eterna de Jeová.

VERS. 17. (primeira cláusula).
1. O caráter do cristão - "humilde".
2. Um atributo da vida toda do cristão - "desejo": ele deseja mais santidade, comunhão, sabedoria, graça e saber ser útil; e, depois, deseja glória.
3. A grande bem-aventurança do cristão - "Tu, Senhor, ouves a súplica dos necessitados".
VERS. 17 (o versículo inteiro).
1. Considere a natureza dos desejos graciosos.
2. Sua origem.
3. Seu resultado.
As três sentenças sugerem prontamente essas divisões, e o assunto pode ser muito proveitoso.

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